Julgamento

Vivemos em um mundo cruel,

Onde tudo gera conflitos e discussões.

Não aceitamos ver com os olhos do outro,

Vemos somente pelos preceitos religiosos, quando nos convêm.

Forçamos crianças a querer ser mães,

Mesmo que estas nem saibam o que e esse amor.

Preferimos sofre por sua morte,

Mais ter a certeza que a religião que seguimos,

Fervorosos e impecavelmente, nos salvara.

Julgamos, sem saber o que realmente acontece,

Nos baseamos em jornais e factoides diários.

Julgamos porque e fácil,

Não temos trabalho, e no final de tudo,

Quando realmente incomodados,

Baste só clicar num botão e fim.

Temos que saber ser humanos,

Em sua totalidade.

Falhos, generosos e principalmente …

Não julgar sem realmente saber o que acontece.

Fácil, não é,

Mais certamente no fim,

Não precisaremos como pilatos,

Limpar nossas mãos,

Para nos sentirmos livres,

Mesmos manchados da cabeça aos pês.

Distorções

Fotografar e uma arte,

Seja você profissional ou não.

Ela permite você olhar o mundo diferente,

Sem limites, sem noções de certo ou errado.

Na busca pela perfeita exposição

Esquecemos de valorizar as distorções.

Seriam elas perfeitas em seus erros,

Ou apenas, imperfeitas aos erros de nosso julgamento.

Assim, decidi brincar com distorções

E uma bola de resina encontrei.

Complicado entender suas possibilidades,

Pois cada ângulo, cada luz e cada olhar traz algo novo.

Nesse exercício de compreensão,

Vou me reinventado meu olhar.

Buscando entender sua perfeição imperfeita,

Torno meu olhar menos racional,

Buscando as belezas trazidas por seu olhar.

Fugindo

Desejo sua boca,

Mais não quero o som de sua voz.

Sonho estar com você,

Mais não desejo sua companhia.

Quero tudo, e ao mesmo tempo nada,

Satisfazendo-me apenas sonhado e desejando.

Fugindo e me isolando de tudo,

Que possa ser ou tornar-se real.

Vejo-me ainda preso,

Em uma relação podre e já findada.

Onde apenas seus desejos foram realizados,

E eu, apenas me iludi pensando ser meus.

Como me libertar desde desejo

Que ainda encontra-se preso a mim.

Se não permito ou suporto a ideia,

De que a outra pessoa realmente possa me entregar.

Vejo que desejo apenas instantes,

Que possam me satisfazer.

Onde não precise me entregar,

Fingindo não sentir para me enganar.

Tinta Cibernética

Vivemos pela escrita virtual,

Ardentes paixões e aventuras.

Nos conhecemos milímetro por milímetro,

Através da impalpável tinta dissipada por apertar de tecla.

Foram centenas de encontros imaginários,

E de confissões tão sinceras e rais,

Quanto as páginas em que foram escritas.

Como uma sensação não real

As vezes nos faz prisioneiros.

Desejando tornar tudo real,

Mais tememos a fuga dessa utopia cibernética.

Engraçado como a tecnologia no faz viajar,

Viver aventuras sem ao menos sair do lugar.

No fazer viver vidas que sonhamos,

Sem ao menos importar com as reais consequências.