Tudo e nada, cheio e vazio.
Toda solidão, seja escolha ou não.
Nada de companhia, seja de qualidade ou sem
qualidade alguma.
Cheio de olhares e sorriso, que nada são que
uma reação involuntária.
Vazio de sentimentos, roubados ou enterrados na
desilusão de uma traição.
Ingênuo, ao sonhar e desejar a felicidade, sem
ter trilhado todos os caminhos desses sonhos.
Fugiu das discussões, porque seu sorriso era
mais valioso que suas lágrimas.
Trocou as cobranças que nunca teriam fim, por uns
abraços e passeios de mãos dadas.
Trocou os sonhos pela prisão de suas escolhas,
que a cada instante te tortura e te deixa menos viva, assim com as flores
temendo o fim da primavera.
Ele sempre escolheu viver em um mundo
particular preso a realidade por laços extremamente valiosos, e abriu mão de
todos eles para habitar somente o mundo que exigiu existir para poderem se
encontrar.
Ele nunca foi perfeito, e nunca desejou a
perfeição. Transformou-se de pouco em pouco a fim de poder fazer o seu mudo
existir na realidade e assim seguirem juntos em um só caminho.